A produção in vitro de embriões (PIVE) é uma biotécnica reprodutiva amplamente utilizada em programas de produção bovina. Contudo, a PIVE ainda apresenta eficiência variável em suas diferentes etapas. O estresse oxidativo gerado pelas condições in vitro pode ser uma das razões dessa resposta em virtude do excesso de espécies reativas de oxigênio (EROs). Nesse contexto, a utilização de antioxidantes naturais em meios de cultivo faz-se necessário com o intuito de minimizar os efeitos negativos desse fenômeno. Portanto, o objetivo foi avaliar o efeito antioxidante do eugenol isolado do óleo essencial de Syzygium aromaticum (OESA) sobre a maturação oocitária bovina. Todos os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Biotecnologia Animal (LBA/UFERSA). Para tanto, ovários foram obtidos de abatedouro e transportados ao laboratório em solução salina aquecida (35-37°C). No laboratório, os folículos ovarianos (2–8 mm) foram aspirados usando agulha e seringa (21G/5 mL) contendo meio de seleção oocitária (MSO) composto por TCM199-HEPES suplementado com 0,2 mM de piruvato de sódio, 10% de soro fetal bovino e 1% de solução antibiótico/antimicótico. Em seguida, oócitos com mais de três camadas de células do cumulus (CCs) e citoplasma homogêneo foram divididos para maturação in vitro (MIV) em três grupos: (i) controle (sem antioxidante), (ii) antioxidante sintético de eficiência conhecida (100 µM de cisteamina) e (iii) 83 µM de eugenol. Após a MIV, oócitos foram avaliados quanto à expansão e viabilidade das CCs, presença do primeiro corpúsculo polar (1CP), estágio nuclear em metáfase II (MII) e níveis de EROs. Os dados foram expressos como média ± erro padrão e analisados usando o software StatView 5. Após 21 repetições, 495 ovários e 1798 estruturas viáveis foram obtidas, perfazendo uma média de 3,7 oócitos viáveis/ovário. Quanto à avaliação da expansão das CCs, o grupo com eugenol (99,4% ± 0,4) apresentou uma maior taxa de expansão, quando comparado aos grupos controle (92,1% ± 1,2) e cisteamina (97,9% ± 1,0). Similarmente, a viabilidade dessas células foi maior no grupo contendo eugenol (90,2% ± 0,9) em relação ao grupo controle (78,3% ± 1,4) e cisteamina (89,8% ± 0,9). Já para o estágio de maturação nuclear (MII), oócitos maturados na presença de eugenol (82,2% ± 3,5) e cisteamina (80,0% ± 3,2) mostraram resultados superiores, quando comparados ao grupo controle (62,1% ± 7,1). Esse resultado também se repetiu quanto a presença do 1CP, onde os grupos eugenol (80,0% ± 2,0) e cisteamina (79,2% ± 2,0) apresentaram maiores taxas que o grupo controle (63,9% ± 2,3). Além disso, os níveis intracelulares de EROs, em unidades arbitrárias de fluorescência, durante a MIV nos grupos eugenol (0,27 ± 0,11) e cisteamina (0,33 ± 0,16) apresentaram valores inferiores ao grupo controle (1,00 ± 0,87), evidenciando um efeito antioxidante destas duas substâncias. Em conclusão, a adição do eugenol no meio de maturação de oócitos bovinos promove uma maior competência oocitária e reduz o estresse oxidativo, podendo assim esse componente natural ser empregado como uma alternativa na PIVE em bovinos.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas